...quisera saber desenhar um devaneio

Coisa, coisa
muita coisa muito coisa...
Durkheimianamente - pensou.

Quente no peito e pontual, aguda.
Fria no corpo,
encontra uma lacuna na alma e arrepia
- sssssshh -
a coluna.

A mente, sôfrega, defende-se tentanto alongar as juntas e libertar os nervos.
Cada vértebra estala,

libera elétrons que se dissipam em
flash flash flash flash flash

então cada vértebra cai
tin tin tin tin tin

no copo, no mar, na piscina
na mente inundada
no corpo úmido
reverbera...

os olhos acompanham os círculos.
confundo, perco o início
e os limites.

Eu sinto o cheiro daquele tempo
cheiro de chuva
de riso
de gozo
do rosto...
Eu sinto o cheiro de
que "de tudo fica um pouco"?

Qual foi o pouco-pouco que ficou?

...

à padaria, senhor 80kg!
nada menos que 80 kg.


O comunismo impresso
translúcido na tua pupila tímida
ingênua e c o r a j o s a m e n t e perdida
e corajosamente sempre
avançando pra se encontrar
[será?]


O mar, duas braçadas!
Senta numa ilha, sem sombra
sem gentes.
Observa outras espécies.
comunicam-se. riem-se.
- até loguinho! e ponto.

é um ilha.
é livre por ser uma ilha.
Ou será uma prisão?

Limite em tudo?
em nada?
ou em querer um pouco de cada...
e ficar querendo
insistentemente
incesantemente
alcançar o todo de cada um?


Ainda sinto o cheiro
o peso
o riso
sofrido
agudo, reprimido
Para bem ou para o mal
mal?
Para a liberdade.


do sopro, um grito
vê só, rumo ao infinito

vai Paloma
leva uma lágrima,
perde uma pena.

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